No Brasil, a principal reclamação dos empresários é a alta carga tributária, pois ela significa grande parte dos custos e despesas do negócio, ocasionando uma maior dificuldade aos gestores para alcançar a meta de lucratividade desejada.
Para simplificar, a carga tributária nada mais é que a soma de todos os tributos cobrados pela atividade empresarial. É por meio desses e outros recolhimentos que o Governo consegue pagar suas contas.
Para que a carga tributária não afete o rendimento e as expectativas do seu empreendimento, trouxemos 4 dicas para que consiga reduzir esse impacto de forma lícita. Boa leitura!
1. Faça um planejamento tributário
Essa fase é primordial para o futuro: é a partir do planejamento tributário que será moldado o perfil da empresa, o que vai ajudar a reduzir os valores repassados para o Governo se mantendo dentro da lei.
Tudo começa pela análise dos regimes tributários existentes no país, que são: Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real. Como todos eles têm diferentes formas de recolhimento de impostos, é extremamente necessário estudar cada um a fim de verificar qual melhor se adéqua à sua organização.
As empresas que apostarem em uma assessoria contábil, certamente estarão mais amparadas nesse planejamento, afinal, com estratégias bem elaboradas, será possível aumentar a lucratividade e diminuir os custos. Eles serão os responsáveis por desenvolver um cronograma de estudos.
A partir da análise da folha de pagamento, estoque, faturamento, margem de lucro, compras, entre outros pontos, farão projeções e cálculos com diferentes cenários para encontrar o melhor regime tributário. Com um planejamento tributário bem organizado, é possível obter diversos benefícios, entre eles:
- redução de custos;
- possibilidade de investimento;
- diminuição de penalidades;
- possibilidade de menor precificação.
Como é possível perceber, quem negligenciar essa etapa poderá arcar com prejuízos no futuro. No entanto, com um planejamento estruturado de acordo com a sua realidade, é possível reduzir a carga tributária com base nos conceitos da elisão fiscal.
2. Escolha o melhor regime tributário
Como mencionamos, no Brasil, há 3 modelos de regime tributário. Eles estipulam a forma como a empresa pagará seus tributos ao fisco baseados no total da receita e nas atividades desenvolvidas.
É importante lembrar de que essa escolha é anual. Uma vez escolhida, só poderá mudar no mês de janeiro do próximo exercício. Para que não haja 12 meses de possíveis prejuízos, é de suma importância escolher o melhor regime. Para isso, entenda um pouco mais sobre cada um deles.
Simples Nacional
Esse regime é o mais utilizado pelas empresas brasileiras. Sua principal caraterística é a simplicidade do recolhimento, uma vez que todos os impostos estão englobados em apenas uma guia, a DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional).
Para ser optante desse enquadramento, é necessário faturar até R$ 4,8 milhões. Além de praticar atividades com CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas/Fiscais) permitidos no Simples Nacional. Uma das vantagens desse regime é a não obrigatoriedade do recolhimento do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) Patronal.
Lucro Presumido
Essa forma de recolhimento usa como base de cálculo a receita bruta do período, tendo sua apuração de PIS (Programa de Integração Social) e COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) de foma mensal e IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica) e CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) de forma trimestral.
Como o Lucro Presumido utiliza bases pré-fixadas, para empresas muito lucrativas esse regime pode ser uma opção interessante, conseguindo chegar ao objetivo de reduzir a carta tributária.
Lucro Real
Esse enquadramento tributário é muito utilizado por organizações com grandes faturamentos. Sua principal diferença é quanto à apuração. Nesse caso, o lucro contábil é utilização como base de cálculo.
A partir dessa informação, a lei permite algumas adições e exclusão fiscais para só depois dar a base real do imposto, que pode ser o lucro ou o prejuízo. Além disso, no Lucro Real, a legislação permite usufruir dos créditos de PIS e Cofins, o que em outros casos não é permitido.
Para os estabelecimentos que estão em um período de consecutivos prejuízos, esse é um modelo muito recomendado, pois ele permite utilizar desses valores em momentos futuros, quando a empresa obtiver lucratividade.
Desse modo, percebemos que, quando se tem uma análise aprofundada de cada regime tributário, é possível obter vantagens para o seu empreendimento, como a redução da carga tributária e aproveitamento dos benefícios fiscais que cada um deles disponibiliza.
3. Reduza o pró-labore
Uma dúvida muito constante no mundo empresarial é se o pagamento do pró-labore é obrigatório. A resposta para esse questionamento é sim. No entanto, pelas regras previdenciárias, não há um valor mínimo estipulado, sendo recomendada uma análise da situação.
Como há incidência de Imposto de Renda e INSS sobre essa remuneração, quanto maiores forem os valores, maior será a tributação, aumentando seus custos com impostos.
Vale lembrar que outra forma de remunerar os sócios é por meio da distribuição de lucros. Com isso, sua empresa continuaria a recompensar o sócio, porém, por uma maneira que não necessita de tributação de Imposto de Renda e INSS devido à isenção fiscal.
4. Terceirize alguns setores
Existem algumas atividades que podem ser terceirizadas, ou seja, continuarão a ser executadas, entretanto, serão de responsabilidade de outras pessoas, não afetando o andamento das rotinas do empreendimento.
Por essa razão, é importante mensurar os custos, uma vez que você não precisará contratar funcionários para essa função, reduzindo sua folha de pagamento tanto com a remuneração quanto com os impostos e encargos previdenciários. É preciso estudar os cálculos, fazer um comparativo entre o valor gasto com a folha, a redução que a terceirização proporcionará e quais os benefícios que a empresa terá.
Esses fatores geram grandes resultados dentro dos empreendimentos a longo prazo. Por isso, é imprescindível que os gestores tenham uma relação estreita com seu contador para alinhar as expectativas e as melhores opções para os negócios, focando na gestão tributária.
Agora que você sabe que existem alternativas para reduzir a carga tributária do seu negócio, leia também nosso outro artigo sobre imposto retido na fonte e continue aprendendo sobre assuntos que serão muito úteis para a sua empresa!